No período antes das eleições deste ano, pipocaram inúmeros casos de violência pelo estado do Rio de Janeiro. Arrastões na zona norte, na Baixada Fluminense e na zona sul. Guerra de bandidos em vários pontos do estado. Trocas de tiros pela cidade. Turistas feitos de reféns por bandidos em hotel de luxo em São Conrado.
Os cidadãos permaneceram impotentes, como sempre ficaram nos últimos 20 ou 30 anos no estado do Rio de Janeiro, observando a violência de bandidos, a brutalidade de policiais e a inépcia das autoridades públicas do estado.
Os episódios chegaram a dar um fôlego para os políticos de oposição ao governador Sérgio Cabral, que aproveitaram a desgraça e o caos social para tentar lucrar politicamente com isso (como sempre fazem os políticos no nosso grande Brasil).
Diante da proximidade das eleições e da incapacidade de dar uma resposta à altura para a sociedade fluminense, nosso comandante-em-chefe Sérgio Cabral resolveu assumir uma postura, no mínimo, cínica.
Em declarações à imprensa, o governador disse estranhar que as ocorrências de violência e os arrastões estivessem acontecendo justamente antes das eleições, numa clara tentativa de politizar um problema que seu governo era incapaz de resolver.
Ao responder dessa forma a um questionamento da sociedade, Cabral cometeu, pelo menos, dois erros. O primeiro deles é tentar fazer o povo acreditar que bandidos armados iam botar a cara a tapa na rua, assaltar pessoas, roubar joias e celulares para correr o risco de entrar em um embate com a polícia, simplesmente porque tinham o interesse político de desmoralizar Sérgio Cabral.
O segundo erro foi tentar fazer crer que, nos oito ou nove meses anteriores, o Rio de Janeiro tinha vivenciado um mar de rosas, sem arrastões, guerras entre quadrilhas, homicídios ou o controle armado de territórios.
Mas tudo bem, Sérgio Cabral estava envolvido no jogo político e temendo perder uma disputa eleitoral. Ele acabou recorrendo a instrumentos que políticos costumam recorrer em situações como essa.
O problema é que a eleição passou, Cabral foi reeleito por mais de 5 milhões de fluminenses (quem acompanha meu blog deve ter percebido que eu me orgulho de não fazer parte desse imenso contingente), mas o problema dos arrastões, briga de quadrilhas e tantos outros tipos de violência continuam ocorrendo diariamente no nosso estado.
As últimas ocorrências, veiculadas nos telejornais de hoje (5), foram a tentativa de invasão do Parque Alegria que resultou em intenso tiroteio, a ameaça de atentado contra a delegacia de Bonsucesso e a ocorrência de mais um assalto na Rua Presidente Carlos Campos (localizada em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo).
E agora, Cabral? Vai culpar a quem?
A quem o governador, primeiro responsável pela política de segurança do estado, pode culpar além de si próprio por ser incapaz de reduzir de forma consistente, nos três anos e nove meses em que governou, a violência no estado do Rio de Janeiro.
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