Mais de mil estudantes e crianças em idade pré-escolar, de duas escolas e três creches municipais, ficaram sem aula hoje na região da Serrinha, em Madureira, na zona norte da cidade do Rio, por causa do confronto continuado entre bandidos da favela e os de uma facção rival.
A suspensão das aulas é apenas mais um dos efeitos colaterais dessa disputa territorial criminosa (que ocorre há meses, sob os olhos inertes das autoridades do Estado do Rio de Janeiro).
Na manhã de hoje voltei ao entorno da Serrinha, para acompanhar a operação policial que acontecia no morro vizinho do Juramento (onde estão agrupados os bandidos que tentam invadir a Serrinha).
Os policiais foram ao Juramento para tentar prender os bandidos que a PM baleou em uma troca de tiros ontem na Serrinha e que fugiram pela mata, de volta a favela vizinha.
Cheguei à Serrinha no final da manhã. A ação policial já havia se encerrado. Portanto, não ouvi tiros (o tiro comeu mesmo mais cedo), mas tampouco vi policiamento reforçado no local. Vi apenas o caveirão passando pela Avenida Edgar Romero, já se retirando para seu descanso no quartel.
Sem encontrar policiais na área, voltei para a redação, onde telefonei para o comandante do Batalhão local (o 41o BPM, de Irajá), coronel Alexandre Fontenelle.
Fontenelle me assegurou que a Serrinha esta ocupada ha quase um mês pela Policia Militar, apesar de, nas duas vezes em que fui à favela (domingo e hoje), não ter visto uma farda azul sequer.
Enfim... A guerra continua (há meses), os bandidos jogam sua disputa sangrenta, os cidadãos fluminenses sofrem, nossas crianças ficam sem escola e o governo do estado tapa seus ouvidos, no conforto de seus gabinetes, para não escutar os tiros...
Ps.: E se esses confrontos estivessem prejudicando as aulas dos nossos caros colégios particulares da zona sul, será que nosso Estado faria ouvidos moucos que costuma fazer para nossos cidadãos do subúrbio?
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