Então as forças armadas saíram da Rocinha na manhã de ontem (29). E você, cidadão que tem acompanhado o noticiário cotidiano, o que acha disso?
A imprensa noticia que não há tiroteios na Rocinha há mais de 24 horas. Seria isso prova de que a atuação do Exército na comunidade deu certo? Será que os militares conseguiram inibir a ação de criminosos e impediram mais banho de sangue na favela?
Se formos ouvir o que o ministro da Defesa, o governo do Rio e a imprensa tem a dizer, sim, podemos acreditar que o Exército foi uma solução de curto prazo para a comunidade.
A imprensa, as autoridades e a população adoram "soluções" rápidas, simples e mágicas para problemas duradouros, complexos e reais (alguém aí se lembra de uma solução mágica chamada UPP?). Então, não é de se estranhar que achemos que o problema foi, por hora, resolvido.
Mas se formos analisar friamente essa semana em que o Exército atuou na Rocinha, o que temos de concreto? Nada. A não ser o custo imenso que uma operação desse porte tem para os cofres públicos.
Sim. É fato que você encher uma área com agentes do Estado armado geram, em curto prazo, uma inibição da atuação de criminosos. Isso é fato notável.
Quem acompanha a segurança pública nos últimos 40 anos sabe como funcionam ocupações policiais/militares: há um tiroteio quando os agentes entram, depois das primeiras horas fica tudo tranquilo e nos dias seguintes, praticamente nada acontece a não ser algumas apreensões de armas e drogas, e as prisões de alguns borra-botas que são destacados pelo comando da quadrilha para permanecer no local e impedir a invasão de outros bandidos.
E, é claro, que não há ocupação que consiga integralmente controlar todos os pontos de uma favela grande como a Rocinha. Então, eventualmente também há alguns confrontos esporádicos entre os agentes do Estado e os criminosos armados.
Bem, isso acontece em qualquer favela do Rio de Janeiro desde a década de 80 (e até antes disso). E não foi diferente do que aconteceu na Rocinha (apenas poucas horas antes do Exército sair, policiais trocaram tiros com seis homens armados, só para dar um exemplo de que confrontos também ocorreram durante a permanência do Exército).
O Exército saiu, a polícia vai sair de fininho devagar e a UPP (que ocupa a Rocinha há cinco anos) continuará seu trabalho de enxugar gelo para manter o sonho das Unidade de Polícia Pacificadoras de pé (quando todos sabem que isso já foi sepultado).
A quadrilha que tem o controle atual do território continuará com ele. O mais provável é que os criminosos rivais tentem tomar as lucrativas bocas-de-fumo da Rocinha. Sim. Guerras como essa se estendem por semanas, ou até mesmo por meses.
Mas existe a possibilidade dos próprios criminosos entrarem num acerto, com ou sem a intervenção das autoridades de segurança. Ou o acerto pode ser determinado pelos policiais das delegacias e batalhões que regem essas dinâmicas criminais. Se o Batalhão X disser que a guerra acabou e que a facção Y vai dominar aquela favela, a guerra provavelmente vai acabar
E se não acabar por bem, acabará por mal, porque a polícia poderá tornar a vida da facção inimiga um inferno, fazendo ações policiais rotineiras que trarão prejuízo para os negócios.
E, então, tudo voltará à mais perfeita ordem, com as gangues ganhando dinheiro com a droga e os policiais corruptos lucrando com o negócio ilícito.
E nada mudará. Pode chamar o Exército, a Marinha, a Aeronáutica e até os Navy Seals. No atual arranjo das coisas. Nada mudará.
Daqui a 20 anos, estaremos exigindo a entrada do Exército na Rocinha (ou em outra favela), dizendo que a situação ficou insustentável. E daqui a 20 anos, ficaremos satisfeitos apenas porque os tiroteios pararam por 24 horas.
sábado, 30 de setembro de 2017
domingo, 24 de setembro de 2017
Polícia veio para ficar na Rocinha, diz governador do Rio...em 2011
Quem aí não se lembra dos policiais do Bope estendo a bandeira brasileira no alto das favelas depois de cada ocupação antes da entrada das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades cariocas?
Quem aí se esqueceu de repórteres tendo orgasmos com cada blindado entrando em preparação para uma nova "pacificação"?
E das autoridades se gabando que tinham acabado com o jugo do tráfico e trazido paz duradoura para os moradores das comunidades-alvo das ocupações policiais.
Toda vez que vejo a imprensa exigindo a ocupação de favelas, toda vez que eu vejo o espetáculo das operações policiais (e principalmente das ações militares), toda vez que eu ouço uma autoridade prometendo a permanência da polícia nessas comunidades, eu me lembro dessa época.
Foi uma época de pseudo-sonhos, que se estendeu de 2008 a mais ou menos 2012. Um período em que a imprensa e a sociedade acreditaram cegamente na utopia de um governo que prometeu acabar com o controle territorial armado do Rio de Janeiro.
Mas na verdade eu não lembro apenas dessa época, eu me lembro das operações pré-Jogos Panamericanos 2007, eu me lembro das ações dos governos Rosinha, Benedita, Garotinho, Marcelo Alencar (eu não lembro nada de Moreira Franco, porque eu era muito criança)...
O modelo entra, ocupa, ilude a população e sai da favela não é novo. Mas é surpreendente como a imprensa, a sociedade e os governos insistem nesse modelo fracassado, seja de operações com duração de poucas horas seja com pseudo-ocupações de vários meses (ou anos no caso das UPPs).
Toda vez que surge uma "onda de violência", uma imprensa torpe exige uma ação contundente da polícia. E, se a polícia não é espetacular ou "contundente" (leia-se: não mata, prende e apreende o suficiente), a solução é chamar o Exército.
Pouco importa o resultado prático disso. Pouco importa se os últimos 30 anos demonstraram que ocupações duradouras ou escaramuças esporádicas de forças policiais/armadas não tiveram qualquer impacto no modelo de criminalidade armada no Rio de Janeiro.
Foi aliás, esse paradigma de ocupação territorial como resposta para ocupação territorial que deu origem à mais nefasta modalidade criminosa do Rio de Janeiro: as milícias. Policiais e ex-policiais crentes nesse modelo decidiram acabar com o tráfico em suas comunidades ocupando eles mesmos as favelas.
Enquanto acreditarmos que a ocupação territorial é a solução para nossos problemas (e sabemos pela história da humanidade que ocupações por estrangeiros/estranhos não funcionam), não vamos atacar os principais problemas que alimentam o controle territorial armado ilegal no Rio.
E que problemas são esses? A corrupção policial, a falta de recursos investigativos, a falta de atenção aos esquemas de atacado da droga, os olhos fechados para os fornecedores de armas (e esqueça um pouco os esquemas transnacionais de tráfico de armas, estou falando aqui também de policiais, colecionadores de armas, firmas de segurança, cidadãos de bem que têm porte de arma e as desviam para os criminosos), a legislação linha-dura contra a venda e consumo de drogas, apenas para citar alguns.
Em 2011, ouvimos o ex-governador (e agora presidiário) Sérgio Cabral dizer que a polícia chegou à Rocinha para ficar. Seis anos depois, ouvimos seu sucessor (e na época vice-governador) Luiz Fernando Pezão repetir o mesmo mantra.
Quem aí duvida que daqui a seis anos ouviremos o próximo governador falar a mesma coisa?
Quem aí se esqueceu de repórteres tendo orgasmos com cada blindado entrando em preparação para uma nova "pacificação"?
E das autoridades se gabando que tinham acabado com o jugo do tráfico e trazido paz duradoura para os moradores das comunidades-alvo das ocupações policiais.
Toda vez que vejo a imprensa exigindo a ocupação de favelas, toda vez que eu vejo o espetáculo das operações policiais (e principalmente das ações militares), toda vez que eu ouço uma autoridade prometendo a permanência da polícia nessas comunidades, eu me lembro dessa época.
Foi uma época de pseudo-sonhos, que se estendeu de 2008 a mais ou menos 2012. Um período em que a imprensa e a sociedade acreditaram cegamente na utopia de um governo que prometeu acabar com o controle territorial armado do Rio de Janeiro.
Mas na verdade eu não lembro apenas dessa época, eu me lembro das operações pré-Jogos Panamericanos 2007, eu me lembro das ações dos governos Rosinha, Benedita, Garotinho, Marcelo Alencar (eu não lembro nada de Moreira Franco, porque eu era muito criança)...
O modelo entra, ocupa, ilude a população e sai da favela não é novo. Mas é surpreendente como a imprensa, a sociedade e os governos insistem nesse modelo fracassado, seja de operações com duração de poucas horas seja com pseudo-ocupações de vários meses (ou anos no caso das UPPs).
Toda vez que surge uma "onda de violência", uma imprensa torpe exige uma ação contundente da polícia. E, se a polícia não é espetacular ou "contundente" (leia-se: não mata, prende e apreende o suficiente), a solução é chamar o Exército.
Pouco importa o resultado prático disso. Pouco importa se os últimos 30 anos demonstraram que ocupações duradouras ou escaramuças esporádicas de forças policiais/armadas não tiveram qualquer impacto no modelo de criminalidade armada no Rio de Janeiro.
Foi aliás, esse paradigma de ocupação territorial como resposta para ocupação territorial que deu origem à mais nefasta modalidade criminosa do Rio de Janeiro: as milícias. Policiais e ex-policiais crentes nesse modelo decidiram acabar com o tráfico em suas comunidades ocupando eles mesmos as favelas.
Enquanto acreditarmos que a ocupação territorial é a solução para nossos problemas (e sabemos pela história da humanidade que ocupações por estrangeiros/estranhos não funcionam), não vamos atacar os principais problemas que alimentam o controle territorial armado ilegal no Rio.
E que problemas são esses? A corrupção policial, a falta de recursos investigativos, a falta de atenção aos esquemas de atacado da droga, os olhos fechados para os fornecedores de armas (e esqueça um pouco os esquemas transnacionais de tráfico de armas, estou falando aqui também de policiais, colecionadores de armas, firmas de segurança, cidadãos de bem que têm porte de arma e as desviam para os criminosos), a legislação linha-dura contra a venda e consumo de drogas, apenas para citar alguns.
Em 2011, ouvimos o ex-governador (e agora presidiário) Sérgio Cabral dizer que a polícia chegou à Rocinha para ficar. Seis anos depois, ouvimos seu sucessor (e na época vice-governador) Luiz Fernando Pezão repetir o mesmo mantra.
Quem aí duvida que daqui a seis anos ouviremos o próximo governador falar a mesma coisa?
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Exército na Rocinha: o show não pode parar
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, pediu hoje (22) para que o Exército brasileiro seja usado para ocupar a comunidade da Rocinha, na zona sul da capital fluminense. A medida tem sido pedida à exaustão pela imprensa fluminense, como se a força armada fosse a solução mágica para um problema tão complexo quanto a insegurança pública no Rio.
O Exército, na verdade, já foi usado dezenas de vezes nos últimos 20 anos, sem muitos resultados práticos. Em geral, a força armada desfila com seus blindados, tanques de guerra e jovens recrutas com pouco ou nenhum preparo para a guerra (e com menos preparo ainda para atuar na segurança pública), mas não efetua prisões ou evita ações criminosas que ocorram a poucos metros de si.
Enfim, os militares servem muito ao espetáculo midiático, que adora ver carros de guerra circulando pelas ruas da cidade e militares camuflados posando com seus fuzis. Mas servem pouco à segurança pública.
O Exército sabe que não tem preparo para atuar como força de polícia e sabe que não fará qualquer diferença nesse caos que é a insegurança pública do Rio de Janeiro. Mas, por algum motivo, se deixa usar como peão nesse simulacro de "Jogos de Guerra".
Vejamos o que disse o comandante da 1a Divisão do Exército, general Mauro Sinott, acerca do uso do 1o Batalhão de Polícia do Exército nas operações da Rocinha.
O Exército, na verdade, já foi usado dezenas de vezes nos últimos 20 anos, sem muitos resultados práticos. Em geral, a força armada desfila com seus blindados, tanques de guerra e jovens recrutas com pouco ou nenhum preparo para a guerra (e com menos preparo ainda para atuar na segurança pública), mas não efetua prisões ou evita ações criminosas que ocorram a poucos metros de si.
Enfim, os militares servem muito ao espetáculo midiático, que adora ver carros de guerra circulando pelas ruas da cidade e militares camuflados posando com seus fuzis. Mas servem pouco à segurança pública.
O Exército sabe que não tem preparo para atuar como força de polícia e sabe que não fará qualquer diferença nesse caos que é a insegurança pública do Rio de Janeiro. Mas, por algum motivo, se deixa usar como peão nesse simulacro de "Jogos de Guerra".
Vejamos o que disse o comandante da 1a Divisão do Exército, general Mauro Sinott, acerca do uso do 1o Batalhão de Polícia do Exército nas operações da Rocinha.
"Vamos fazer um cerco à comunidade, ajudar no controle de trânsito e no controle do tráfego aéreo, a fim de liberar os
contingentes de polícia para ações mais
específicas de polícia".
Ajudar no controle de trânsito? Eu entendi bem? Vamos usar homens cuja função constitucional é garantir a defesa do país contra ataques de outros países para "controlar o trânsito". Bem, general, para isso já existe a CET-Rio.
Controlar o tráfego aéreo? Eu entendi bem de novo? Me desculpa, general, mas os bandidos não vão atacar ninguém usando helicópteros ou aviões de combate.
Liberar a polícia para fazer ações de polícia? Legal. E se o trabalho de polícia será feito pela polícia (o que inclui o cerco policial), o que sobra exatamente para o Exército fazer, além de aparecer nas câmeras de TV e apaziguar os falcões da imprensa?
A resposta é...
...nada.
É isso que o Exército fará na Rocinha. Nada.
Os militares não ajudarão a polícia. Eles não conhecem o terreno. Não estão autorizados a cumprir mandados de prisão. Não vão se envolver nos confrontos (os comandantes militares correm desse tipo de problema).
Eles serão, na verdade, uma preocupação a mais para a polícia. É mais uma cadeia de comando para dificultar as ações. Eles podem ser alvos de criminosos. E eles podem cometer violações de direitos constitucionais (já que eles não estão preparados para esse tipo de ação), algo que ocorreu em muitas das ações envolvendo as forças armadas em favelas.
O risco maior, no entanto, é a cortina de fumaça continuar na segurança pública. E os problemas reais serem, cada vez mais, jogados para debaixo do tapete, enquanto os verde-olivas posam para fotos e câmeras de TV.
Lapa, quinta-feira: Mais uma vida perdida no bangue-bangue do Rio de Janeiro
E mais uma pessoa
morreu no Rio de Janeiro, vítima da mentalidade bangue-bangue
que afeta a nossa sociedade. Jonathan Vitorino Ferraz estava numa
calçada da Lapa, quando, depois de uma tentativa de assalto,
começou o tiroteio que tirou sua vida, aos 24 anos.
Não, Jonathan
não era a vítima do assalto. Jonathan não era o
bandido. E Jonathan sequer foi morto por causa do assalto.
Quem matou Jonathan
foram aqueles que deveriam proteger sua vida: policiais.
Segundo a polícia
e testemunhas, o fato foi o seguinte: criminosos em uma moto pararam
em um posto de gasolina na Lapa para roubar pessoas. Um deles, pelo
menos, estava armado. Ele roubou um frentista e se dirigiu até
um carro para assaltar dois policiais civis à paisana.
Ao perceber que o homem
armado se dirigia até eles, os policiais sacaram suas armas. O
bandido viu as armas, largou a sua e correu para a moto, para fugir
dali.
Com o criminoso já
tendo desistido do assalto e já tendo largado a arma, os
policiais então dispararam pelo menos dez vezes para, de forma
infrutífera, evitar sua fuga. Você não leu
errado: dez vezes.
Bem, quem sabe como
funciona uma arma (e acho que isso inclui todos os brasileiros a
partir dos dois anos de idade), sabe que, quando a pessoa aperta o
gatilho, a bala sai da arma e vai parar em algum lugar. Imagino que
um policial civil saiba disso também.
Ora, se tudo der certo,
a bala vai atingir o alvo desejado ou morrer num muro. Mas existe a
possibilidade desse projétil atingir uma pessoa. E também
existe a possibilidade desse ferimento ser letal. Imagino que um
policial civil não precisa ser um estatístico ou físico
para saber disso.
A possibilidade de
atingir uma pessoa inocente aumenta exponencialmente, quando esses
tiros são disparados em uma área de grande movimentação
de pessoas, como a Lapa numa noite de quinta-feira. Acho que qualquer
policial do Rio de Janeiro tem a obrigação de saber
disso.
Mas, mesmo sabendo de
tudo isso, os policiais resolveram gastar quase todo o pente de suas
pistolas, disparando cerca de dez tiros contra um alvo em movimento,
em meio a dezenas de transeuntes.
E atentemos para outro
fato. Os dez tiros não foram disparados para evitar um roubo.
O roubo já tinha sido interrompido. Os tiros foram para evitar
a fuga (leia-se “matar”) dos criminosos.
E ainda que o roubo
estivesse em andamento, não é nem um pouco razoável
disparar dez tiros para evitar um assalto. Evitar um crime que, ainda
que seja considerado violento (por envolver ameaça), é
essencialmente patrimonial com o disparo de tiros não é
razoável.
Colocar a vida de
pessoas em risco para evitar a subtração de bens
materiais não é razoável. Não é
razoável e não é inteligente.
Mas não só
isso. Disparar dez tiros para evitar um assalto ou evitar a fuga dos
assaltantes é algo criminoso. Colocar a vida de pessoas em
risco é mais criminoso do que assaltar essas pessoas.
É um crime mais
violento do que o roubo propriamente dito. E por que é
criminoso? Porque é violento e pode colocar a vida de pessoas
em risco. É criminoso porque pode tirar a vida de um jovem de
24 anos que tinha terminado de jantar e só queria dar um pulo
na calçada para fazer uma ligação.
E é assustador
que os autores desse disparo tenham sido policiais. Pessoas que
teoricamente conhecem os riscos de usar indiscriminadamente armas de
fogo no meio da rua.
Eu não acho
assustador apenas por causa disso. Os policiais não só
parecem desconhecer os riscos desse tipo de ação, como
acham razoável disparar tiros a esmo para evitar a fuga de um
criminoso. E eles só acham isso razoável porque a
sociedade também pensa assim.
A sociedade acha
razoável a ocorrência de “efeitos colaterais” na
luta “contra a violência”. A sociedade acha que é
normal “combater” a violência com violência. A
sociedade acha OK ter pessoas inocentes morrendo nas ruas pelas mãos
de agentes do Estado, porque esses agentes estão “lutando”
contra a violência.
A questão é
que Jonathan morreu. Jonathan não só morreu. Ele foi
assassinado.
O fato de Jonathan ter
sido morto “acidentalmente” por policiais que assumiram o risco
de disparar uma área cheia de gente não é menos
grave do que se ele tivesse sido morto por assaltantes.
Ao agir dessa forma, os
policiais não estão combatendo a violência. Eles
estão sendo um fator a mais para a violência. Eles estão
ajudando a aumentar os índices de criminalidade. Eles estão
contribuindo para o risco de morte no Rio de Janeiro. E o pior, eles
não estão colaborando em nada para evitar novos
assaltos.
Jonathan perdeu sua
vida. Os assaltantes fugiram. E os policiais continuarão
atirando nas ruas do Rio de Janeiro para “combater” a violência.
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