Ainda não é possível comemorar a queda de 17,3% no número de assassinatos e de 18,6% no de mortes violentas no estado do Rio de Janeiro. A opinião é do coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o cientista político João Trajano. De acordo com ele, apesar da redução, que vem ocorrendo desde o segundo semestre de 2009, o número de homicídios, latrocínios, lesões seguidas de morte e autos de resistência (morte em confrontos com a polícia) ainda é muito alto.
Nos três primeiros meses do ano, foram registradas 1.374 mortes violentas no estado, contra 1.687 no primeiro trimestre de 2010, segundo dados divulgados no último dia 16 pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão estatístico da Secretaria de Segurança do estado do Rio. Já os homicídios caíram de 1.412 em 2010 para 1.168 este ano. “Isso está longe de fazer com que os indicadores sejam motivo de comemoração. São muito altos ainda”, disse o cientista político.
Segundo Trajano, ainda é cedo para entender os motivos que têm levado à queda das taxas de homicídio no Rio de Janeiro, mas ele acredita que a redução do número de assassinatos é um fenômeno nacional. Para Trajano, o maior volume de investimentos do governo federal na capacitação de policiais e em recursos tecnológicos de segurança, além da boa situação econômica do país, podem ser algumas das explicações para esse fenômeno. “Mas isso é apenas especulação”, ressalvou.
No caso específico do Rio, a política de metas de redução da criminalidade, adotada pela Secretaria de Segurança no segundo semestre de 2009, também pode ter contribuído para a redução dos indicadores criminais. “A secretaria tem estimulado os policiais a trabalhar com metas. Eles criaram grupos de trabalho e de monitoramento e estipularam estratégias para a redução de indicadores considerados mais relevantes para a avaliação da situação de violência no estado. Talvez essa seja uma estratégia que está dando certo”, disse.
A reportagem foi publicada na Agência Brasil
Obs.: Como cidadão, continuo desconfiando da veracidade das estatísticas de criminalidade do Rio de Janeiro.
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