Moradores da comunidade de Vila Kennedy, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, convivem, há cerca de um mês, com confrontos armados rotineiros. Uma briga de quadrilhas rivais por pontos de vendas de drogas na favela assim como as operações policiais resultantes disso têm feito vítimas e provocado medo nos moradores.
Na última sexta-feira (11), por exemplo, três moradores foram atingidos por balas perdidas durante uma troca de tiros entre criminosos e a polícia. No último dia 5, o menino Marlysson Ribeiro Pereira, de 12 anos, foi morto com um tiro na cabeça, também por bala perdida dos confrontos, enquanto dormia dentro de casa.
Segundo o comandante do 2º Comando de Policiamento de Área (2º CPA), responsável pela zona oeste do Rio, coronel Aristeu Leonardo, a Polícia Militar mantém um policiamento reforçado da Vila Kennedy há três semanas, para tentar evitar novos confrontos entre os criminosos.
E, desde a última sexta-feira (10), policiais dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque reforçam o policiamento também nos complexos da Vila Aliança e Coreia, separados da Vila Kennedy por um morro.
A Vila Aliança e a Coreia são a base de uma das quadrilhas que brigam pelo controle da venda de drogas em Vila Kennedy. “Marginais da lei perderam o controle da comunidade, saíram de lá e agora estão voltando para tentar reaver o território que eles controlavam. Então isso vem trazendo um desequilíbrio nessa região. A Polícia Militar está ocupando a área para não permitir que esses marginais voltem”, disse o coronel Leonardo.
As comunidades da Vila Aliança, Coreia e Vila Kennedy presenciaram, nos últimos anos, inúmeras tentativas de invasão e operações policiais que resultaram em dezenas de mortos e feridos.
Há mais de mil favelas controladas por grupos criminosos armados no Rio de Janeiro. Por outro lado, apenas 50 comunidades são controladas pela polícia, por meio das unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Das favelas com UPP, apenas duas se localizam na zona oeste (Batan e Cidade de Deus). As outras 48 estão na zona sul e na região da Tijuca, áreas mais nobres e menos violentas da cidade, e no Centro.
*Reportagem publicada na Agência Brasil
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