O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, me disse hoje (4) que o objetivo da Operação Abutre não é “fazer um cerco” aos criminosos na região do Complexo do Alemão, mas apenas “coletar dados e informações” (leia-se: fazer investigações).
Tudo bem, nenhum problema. Até porque a função da Polícia Civil é investigar mesmo. Mas gostaria de sanar algumas dúvidas, secretário:
1) Se o objetivo principal da polícia é levantar dados para investigações, por que então o horário e os locais da operação policial foram divulgados para a imprensa? Se não me engano, isso pode prejudicar a investigação da polícia, não?
2) Se o objetivo principal da polícia é levantar dados de inteligência para investigações, por que todos os policiais estão em carros caracterizados (como os carros da DRFA que anunciam sua presença em letras garrafais)? Por que os policiais estão usando camisas da Polícia Civil e estão armados até os dentes?
3) Se o objetivo principal da polícia é levantar dados de inteligência para investigações, por que havia agentes da Polícia Civil parando carros e vasculhando coletivos, como se fossem policiais militares?
Secretário, se possível, gostaria de ter essas dúvidas esclarecidas, porque, se o objetivo dessa operação é levantar dados de inteligência para a Polícia Civil, me parece (e isso é apenas um palpite) que vamos continuar sem as informações que os policiais precisam para executar seu trabalho com eficácia.
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Fosse vivo, o Stanislaw Ponte Preta escreveria outro "festival de besteiras", o "FEBEAPÁ2", porque festival congênere assola o RJ. Roubando a inspiração de ROBERTO daMATA, gravada no seu artigo "Ossos da coluna" em O Globo de hoje ("estadofilia, estadolatria e estadopatia"), eu diria que o RJ vivencia a síndrome da "policiopatia" ou "uppadopatia" ou o que o valha. Pois o governante e seu secretário de segurança decidiram transformar um mero experimento distante da conclusão em "política pública". A polícia civil está a executar o que na arte da guerra, desde Sun Tzu, designamos "cerco e estrangulamento", ou seja, cerca e fecha o círculo até o ponto central, varrendo o terreno. Isto é mais velho que Jó. Pior é que a mídia acolhe o que sabe ser pura cascata como "milagre cabraliano". Aonde vamos parar quando o torvelinho se voltar contra a sociedade do asfalto e a comunidade favelada?... Não estão "quebrando ovos" para fazer "omeleta", como gosta de papagaiar o Beltrame sobre a máxima staliniana. Os ovos estão ocultos e apodrecendo até explodirem em miasma que atingirá todos os narizes empinados de hoje, pior é que passando pelos nossos pobres e humilhados nasais...
ResponderExcluirA politica de cerco ja era prevista no final do seculo XIX contra o Morro da Providencia. Nossa situacao atual mostra como isso adiantou...
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